As Aventuras no Espaço

Ao me levantar, me deparo com algo velho por aqui. Todos estão com as costas viradas para mim. Eu me pergunto porquê disso, será que eu mereço observar apenas a nuca de cada? Talvez se eu tentasse virar as minhas costas para vocês... Não, não daria certo. Estão me cercando, por todos os lados vejo costas, ombros, nucas, e mais nada. Não sei quais são suas expressões quando grito por ajuda, nem se estão com os olhos abertos, atentos ao que posso fazer. Devem estar dormindo, devo causar tédio. Eu não sei. Então eu corro, corro com toda energia que tenho, sinto meu coração bater enlouquecidamente no meu peito, se houvesse o vento por aqui, estaria batendo em meus olhos lacrimejados, e os meus punhos estão fechados por não ter onde segurar. Só que correr não adianta, por onde tento ir só vejo escuro e costas. Essas malditas costas! Porque todos resolveram desistir de mim assim? Eu preciso parar. Estou cansado. Meus pulmões estão sem ar, meu coração precisa descansar assim como minhas pernas. Levo as mãos ao joelhos, me curvo, procurando ar e aí então, eu percebo que não estou sobre chão nenhum. Estou vagando no espaço escuro e frio. Agora só me resta sentar, pois gritar não vai adiantar mais, nem correr. Vou me sentar aqui e esperar pelo sol, pela luz e pelo brilhar da vida. Como todo ser morto, eu tenho que esperar.

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