Do eu sozinho.

Assim calado eu vou levando, vou indo, sem ninguém perceber, seguindo meu caminho. Podem rir, xingar, bater, gritar, podem tentar de tudo, mas eu não dou a minima para o que pensam. Essa é o meu trunfo: Eu não ligo pra vocês! Vocês ligam pra mim. Ah, eu sei. Ligam demais. Pensam que sabem tudo sobre mim, vivem de primeiras e segundas impressões. Eu não me importo, sabe? Posso ser o que dizem, com toda certeza. Se dizem que sou estúpido, então eu sou. Quando dizem que sou um zé, concordo. Sou exatamente tudo o que espalham por aí, tudo e mais um pouco. A verdade é que eu sou nada, absolutamente nada. Estou aqui para observá-los, apenas, olhar seus costumes e suas manias, seus vicios e seus desejo, quero aprender a ser como vocês. Por isso, eu os deixo me guiar. É, vocês são meus guias. Me levem aonde quiserem, como bem entenderem, para o bem ou para o mal. Eu me cubro com suas criticas, seus falsos elogios e suas ofensas, as abraço com toda a força que tenho, até espreme-las e, no que sobrar, absorver o que mereço. Eu não tenho medo. Não gosto de me atrasar, de ficar pra trás, de esperar pra ver, de pensar ou raciocinar. Gosto de ir com tudo, com ou sem fé, enfrentar tudo o que eu puder apenas com o peito e a coragem. Por isso prefiro ficar calado diante de vocês. Enfrento vocês apenas com o olhar, e quando cruzam os seus olhares com o meu, riem, gritam, xingam, negam, precisam fazer algo, precisam mostrar algo, porque não sabem o que dizer, o que pensar e como agir diante de um simples olhar de solidão.

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