A falta que você me faz

Fazia tempo em que ele não sentia o seu coração bater tão forte. Batia diferente, estava quase rasgando sua carne e saltando pro lado de fora do seu corpo. O coração estava inquieto, alguma coisa estava acontecendo ali dentro e ele não sabia. Tentou aquecer o coração com as palmas das mãos, porém, estavam frias. Tentou respirar pausadamente, mas o coração não aguentava mais esperar. Desesperado ou enfurecido, não soube bem, só sentiu aquela massa meio arredondada se esgueirar por dentro do seu corpo até sair pela sua boca e se jogar ao chão. Pulsou, pulsou e pulsou. Cada vez menos, cada vez parando. Até que parou. E, por benção de Deus, por sorte do destino, ele continuou vivo. No principio sentiu o vazio dentro do seu peito, sabia que faltava algo ali e sabia o que era, mas forçou-se a continuar sem. Agora já era tarde demais, o buraco vazio passou a ser parte dele. E como era interessante! Ele agora podia ser um verdadeiro ator, um copiador da vida, podia sorrir por sorrir! Chorar por chorar! Sentir por... Não. Nunca mais voltou a sentir algo bater.

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