Dez anos

Tenho me sentindo um muleque de dez anos correndo pela rua, jogando bola , ralando joelhos e rindo de tudo isso. A felicidade está se espalhando dentro do meu corpo, indo pra cada cantinho de mim e crescendo crescendo, mas crescendo tanto, que chega a sair pelos meus poros, pelos meus olhares, sorrisos e palavras. Eu apenas sinto esse momento, me divirto com ele a cada instante que passa, pois sei que uma hora vai embora. Porque nenhuma felicidade exarcebada é eterna, não é? E acho que nem é pra ser. É por isso que esses momentos únicos, que acontecem de anos em anos, são tão prazerosos, tão deliciosos de se sentir e saborear e cheirá-los e de fazê-los um tudo. Eu sou aquele muleque de dez anos brincando de esconde-esconde na rua até onze horas da noite e que se não é a mãe dar uma chinelada na bunda, não para de brincar nunca. Fica escondido, fica pego, duro ou mole, de saia ou maiô, fazendo seus golzinhos e xingando os vizinhos chatos que querem dormir. Eu sou aquele muleque magricela, pulando na chuva, correndo dos mais velhos, todo sujo de lama e asfalto.

Tenho dez anos, hoje de noite vou correr pelas ruas do mundo e apertar sua campainha, vou te gritar, te chamar pra brincar e se você for o último a chegar, será a mulher do padre.

É isso. Eu estou feliz.

3 comentários:

  1. É lindo Thiago, é lindo de mais te ver feliz assim.

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  2. é lindo te ver feliz e é lindo como escreve.

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  3. Se hoje estou feliz assim, é porque quando estive triste tinha vocês duas me dando força, conversando, me convencendo de que a tristeza vem e passa. Obrigado, meninas.

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