Últimas Fotografias

Vou para um lado, vou pro outro, você vem junto comigo sorrindo, chamando meu nome, meu apelido, gemendo pelo meu amor. Aperto seu braço, sua perna, sua coxa, roço minha perna na sua, roço meus lábios nos seus. Primeiro é a camisa no chão, segundo é o sutiã, terceiro é a calça e por último sua calcinha. Minha camisa vai parar na janela, meu calção debaixo da cama, minhas meias sumiram e minha cueca perdeu-se entre tantas outras peças. Suamos juntos, grudando, molhando nossos corpos quentes e refrescando nosso desejo. Tudo fica mais forte, mais rápido, mais intenso. Grita, grita e grita. Geme. Implora por mim, implora pelo meu. Arranha minha pele, sente minha carne e grita, ofegando o ar que deixamos quente, abafado pelo nossos sussurros durante o ato. Depois relaxa, esparrama seu corpo pelo macio do colchão e sorri. Engraçado como sempre está sorrindo. Engraçado como acho isso lindo. Fico te olhando deitada, tentando marcar uma outra data para um novo ato, tentando segurar lágrimas de despedida e sonhando com o futuro que nos aguarda. Ali parado, olho para a curva da sua cintura que deve existir somente para o pouso suave de minha mão, olho seus olhos fechados e consigo imaginá-los abertos, me espiando. Olho seus seios macios, prontos para serem mordidos. Olho para seu ombro, seu rosto, olho para dentro de você. Minha mente guarda dentro de si cada pedacinho de seu corpo, de seus momentos, cada pedaço do nosso amor. E esse momento, a despedida, não está de fora do álbum que criei dentro da minha cabeça. Afinal, eu estava mesmo precisando completar a última página.

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